Alergias respiratórias: o que são e quais exames ajudam no diagnóstico?

Você já teve uma crise de espirro repentina sem uma explicação clara? As alergias respiratórias são reações imunológicas desencadeadas por substâncias geralmente inofensivas, como ácaros, pólens e pelos de animais, que o sistema imunológico identifica como ameaças. 

Estas reações provocam inflamação das vias aéreas superiores e/ou inferiores e se manifestam principalmente como rinite alérgica e asma alérgica. A rinite alérgica se manifesta por espirros, coriza, coceira no nariz e nos olhos. Já a asma alérgica causa falta de ar, tosse, chiado no peito e sensação de aperto torácico. As duas condições costumam ocorrer associadas e podem ter impacto significativo na qualidade de vida das pessoas afetadas.

Qual é a prevalência das alergias respiratórias no Brasil?

Segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), estima-se que cerca de 30% da população brasileira tenha alguma alergia respiratória.

A asma afeta entre 10% e 20% da população brasileira, com variação regional e etária, enquanto a rinite alérgica é considerada a forma mais comum de alergia respiratória no país, com prevalência estimada entre 10% e 30% da população.

Em um contexto global, cerca de 35% da população mundial sofre de doenças alérgicas respiratórias, de acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Como diagnosticar alergias respiratórias?

A avaliação inicial de um possível quadro de alergia respiratória é feita com base no histórico do paciente. São analisados sintomas, local e situação em que surgem, antecedentes familiares, fatores ambientais e presença de outras condições como sinusite ou conjuntivite.

No caso da rinite alérgica, o exame clínico envolve a observação aprofundada do nariz. Também podem ser feitos testes complementares como leitura imediata (teste cutâneo), dosagem de IgE específica, e, em casos complexos, endoscopia nasal ou testes de provocação. Saiba mais sobre esses exames a seguir.

1- Testes cutâneos de alergia

Dentre os métodos diagnósticos mais utilizados, estão os testes de sensibilidade cutânea (testes alérgicos na pele). Existem três tipos principais:

  • Prick test (picada): introdução de uma gota com alérgeno na pele; reação local indica sensibilização.
  • Intradérmico: injeção de pequena quantidade de alérgeno.
  • Patch test (contato): alérgenos em contato com a pele por 2 a 3 dias.

Estes testes ajudam a identificar quais substâncias causam reação alérgica, eles são úteis na investigação de rinite, asma e outras doenças alérgicas.

2- Análise de sangue (IgE específico / RAST)

Os testes cutâneos não são recomendados em casos de dermatite, uso de determinados medicamentos ou idade avançada. A alternativa é o exame de sangue para dosagem de IgE específica ou RAST (Radio Allergo-Sorbent Test). Esse método detecta anticorpos IgE para diferentes alérgenos e é viável em qualquer idade.

O exame pode detectar múltiplos alérgenos com uma única amostra de sangue e, junto ao histórico do paciente, permite confirmar o diagnóstico.

3- Espirometria no diagnóstico da asma

Para confirmar asma, a espirometria é o exame mais indicado. Ele avalia a função pulmonar e identifica melhora do FEV₁ (volume expiratório forçado no primeiro segundo) após broncodilatador. A resposta acima de 12 % sugere reversibilidade típica da asma. Esse exame também ajuda a monitorar o controle da doença ao longo do tempo.

4- Testes de provocação

Em casos específicos, o médico pode solicitar testes de provocação, nasal ou bronquial. Eles consistem na exposição controlada ao alérgeno para observar a reação e confirmar o diagnóstico de rinite ou asma alérgica.

Conhecer as alergias respiratórias é a melhor forma de enfrentá-las

As alergias respiratórias, como rinite e asma alérgica, podem ser um grande incômodo na vida das pessoas. Seu diagnóstico requer combinação de histórico clínico, exame físico, testes cutâneos, dosagem de IgE, espirometria e, se necessário, testes de provocação.

Esses exames, aliados a uma avaliação ambiental e familiar detalhada, são fundamentais para orientar o tratamento, reduzir sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas com alergia respiratória.

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Fontes: Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde